Conheça as principais modalidades de investimentos em startups

O cenário econômico mudou. A época de “vacas gordas” ficou para trás, o cenário de desaceleração econômica global exige novas estratégias de financiamento. Neste sentido, principalmente para aqueles que estão iniciando a jornada empreendedora de base tecnológica, entender as principais formas de investimento pode ajudar a traçar suas principais estratégias para ser mais assertivo neste momento de baixa.

Principais modalidades de investimentos: um breve resumo

Bootstraping

Podemos dizer que este é o primeiro investimento de qualquer startup. Normalmente realizado pelos sócios, os investimentos podem ser financeiros e econômicos, e podem variar de acordo com as capacidades financeiras dos fundadores e nível tecnológico.

Investimento-anjo

Esta categoria de investimento é caracterizada por ser efetuada por outra pessoa física, podendo ser única ou um grupo. O empreendedor investe na startup, geralmente em estágio inicial, e em troca recebe uma porcentagem dos lucros.

Há, ainda, casos em que o investidor pode participar das principais escolhas e planejamento da startup a longo prazo, o chamado smart money. A ideia é que exista o crescimento do negócio, favorecendo o investidor e, também, os responsáveis pelas startups. 

Segundo os dados da pesquisa Report Investimento 2022 BR Angels / Abstartups, 49,88% destacaram o investimento-anjo como sendo o modelo de captação preferido pelas startups, principalmente pela capacidade da rede de contato destes investidores e nas possibilidades de apoio na abertura de mercado.

Para conquistar este tipo de investidor é necessário um plano de negócios e um pitch de apresentação. Isso porque essa é a primeira rodada de investimento de uma startup, que auxilia a montar o empreendimento e contratar os talentos, quando necessário.

Investimento semente (Seed)

Já o investimento Seed, ou também conhecido como capital semente, sucede o investimento anjo ou pré-Seed. Neste tipo, as startups precisam entregar um MVP desenvolvido e um planejamento que demonstre seu potencial de rentabilidade e lucro. O valor de aporte costuma ser maior que os estágios anteriores.

Equity crowdfunding

Também conhecido como investimento participativo, permite que se invista diretamente em startups por plataformas, como as famosas "vaquinhas". No caso, as plataformas são autorizadas pela CVM e dão suporte jurídico e de gestão de relacionamento com os investidores aos empreendedores.

É um modelo de investimento que cresceu muito nos últimos dois anos e é uma opção bem interessante para novos investidores, que por pequenas quantias conseguem obter participações em empresas.

Venture capital

Venture capital, ou capital de risco, é o investimento realizado em uma startup que já passou da fase inicial, mas ainda é nova no mercado e não gera lucros significativos. 

A ideia é que o investimento seja realizado para auxiliar no crescimento das startups e possibilitar o andamento dos projetos. O investimento é realizado por companhias de participações ou Fundos de Investimento em Participações (FIPs), por exemplo.

Corporate Venture Capital (CVC)

O Corporate Venture Capital é um fundo de investimento criado por empresas que acreditam na inovação como estratégia de crescimento. O investimento nas startups é realizado como alternativa para diversificação de produtos e serviços, entrada em novos mercados ou mesmo para a melhoria dos produtos existentes. A prerrogativa é optar por um caminho mais rápido, ágil e com menor risco do se desenvolvido internamente, podendo, ainda, gerar lucros financeiros a partir destes investimentos. 

Então, com esse tipo de investimento, a empresa investidora tem acesso à inovação e ainda ganha com a diversificação da fonte de renda.

Private equity

Direcionado principalmente para empresas maduras, essa modalidade de investimento pode ser considerada como último nível. O investimento é bem variável, mas os retornos bem controlados. Um dos objetivos deste investimento pode ser a aquisição pela empresa que controla o fundo, por exemplo.

Bônus: investimentos públicos

Pouco procurado pela maioria dos empreendedores, as agências de fomento à pesquisa e inovação podem ter papel fundamental na fase inicial da empresa, sendo uma opção muito vantajosa também. Normalmente, os investimentos são feitos a fundo perdido e/ou com um modelo de contrapartida bem flexível. Esta modalidade pode ser acessada durante o ano todo. A FINEP (nível federal) e a FAPESP (nível estadual/SP), com seu programa PIPE empreendedor, são as duas principais agências de fomento para este fim. Os programas contam com faixas de investimento de duzentos mil a um milhão de reais.

A tendência de investimentos 

A retração do venture capital é uma realidade e a hora é de replanejamento e revisão do fluxo financeiro das startups. Mais do que nunca, o resultado operacional se torna o objetivo a curto prazo, e o crescimento sustentável a rota principal.

Talvez seja interessante olhar um pouco mais para investimentos do formato de subvenção. Estes podem ser a estratégia ideal para aqueles que estão em fases mais iniciais de projeto. Muitos investimentos públicos ainda são formatados a partir de colaborações com grandes empresas, institutos de pesquisa e universidades. Estas colaborações podem ser um diferencial na criação de valor e na evolução da sua tecnologia. Vale a pena ficar esperto e acompanhar estas opções.

Por outro lado, os investimentos por meio de Corporate Venture Capital (CVC) devem se manter. Os dados da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) apontam que 61% das empresas brasileiras têm algum projeto relacionado a este tipo de investimento.

A Vitall pode apoiar muito os empreendedores nas modalidades de CVC, por meio da FespPart, empresa de investimentos da Unimed Fesp, como também em conjunto com órgãos públicos de fomento à inovação. Temos uma equipe capacitada para apoiar, avaliar e entender as melhores alternativas de investimento para sua startup. Conecte-se!